Pensamento
Eu não sei se ela passa pelos mesmos lugares onde fomos juntas. Entretanto, eu passo. Os frequento até mais do que deveria. Não que eu não devesse...mas minha mente me questiona se realmente deveria.
Toda vez que me encontro em algum desses lugares, recordo-me dela e sobre o que estávamos conversando. Lembro-me de quase tudo, por isso me indago se deveria continuar transitando por esses espaços.
Disseram-me que eu também deveria pensar em mim, que, por mais que ela estivesse passando por uma fase difícil, eu também estava. Não que todos os meus problemas já tivessem se resolvido, mas que eu deveria me preocupar mais com o que estou sentindo: "Isso não significa que vocês devam terminar", ele me disse.
Eu nunca quis terminar.
/ /
Lembro que uma vez estava criando hipóteses sobre terminar um namoro por causa dos meus medos impossíveis e traumas ainda não nominados, e ela achou que eu estivesse falando sobre nós, que eu queria nos findar. Fiquei com vergonha e triste por tê-la feito imaginar isso pela segunda vez.
De repente, semanas depois, lá estava ela afirmando que eu poderia me relacionar com outras pessoas, pois não queria me prender.
Me prender.
Foi o que ela me escreveu.
Será que ela se sente assim comigo: presa? Porque não fazia sentido algum dizer isso se o que temos é muito mais forte do que qualquer "tempo".
Eu acreditei no que ela disse meses antes de tudo isso. E ainda acredito em suas palavras.
/ /
É verdade que a distância afasta as pessoas, mas eu nunca havia passado por uma distância em que houvesse silêncio.
Acreditem, o silêncio é mais doloroso que a distância.
É doloroso porque não se sabe o que está acontecendo. Eu não sei o que está acontecendo com ela.
Eu não leio mentes, por isso tenho evitado julgar saber o que ela está pensando.
Acredito que meu maior medo agora seja de que ela já não sinta mais o que sentia por mim. Medo de que não seja mais recíproco e ela não diga por medo. Ou que ela se afaste de vez de mim por medo próprio ou vergonha de algo...
São os únicos pensamentos que não consigo cortar de vez.
. . .
O sr. Mendes Vieira aconselhou-me diversas vezes sobre meus sentimentos, além das broncas.
Eu o ouvi.
Espero que ele saiba que eu ainda preciso de mais tempo para mostrar à ela e que vai ficar tudo bem, tanto com ele quanto comigo.
A srta. Hernandez também me aconselhou a chamá-la para conversar.
Gente, eu não sei como quebrar esse silêncio.
Já tentei mandar mensagens, ela não me responde, e não vou entupir a caixa de mensagens dela. E eu sei que não é assim.
Falta-me coragem para ligar.
Falta-me coragem para fazer esses textos chegarem à ela.
Contudo, nada disso adianta se não vier dela.
Ela tem que querer quebrar este silêncio, porque eu já tentei.
Ela tem que querer contar o que está acontecendo.
Ela tem que me querer também...
Comentários
Postar um comentário