Questionamentos de alguns dias atrás



  Ela me surpreende com mensagens inesperadas.
  A surpresa é tão grande que as palavras fogem quando tento responder.

  Na verdade, faz tanto tempo que não a vejo que nem sei se ela é mesmo real; se tudo não passou de uma invenção minha. 
  Então, ela aparece mais uma vez com várias mensagens de palavras que juntas quase não fazem sentido por falta de um desfecho: "eu não estou bem" -, e o que quer dizer? 
  Não estar bem pode representar tantas coisas...


. . .


  O sr. Moreira outro dia disse-me que eu deveria chamá-la para conversar, imediatamente. Parei para analisar o que estou sentindo e não me sinto mal. Incomodada, talvez.
  Todos falam o mesmo que eu penso, o que eu deveria fazer, chegam às mesmas conclusões que eu... Eu sei.
  Eu sei.
  Acreditem, estou abraçando os conselhos de todos, mas somente serão colocados em prática no decorrer do tempo.
  Não estou como antes. 
  Não sou como antes.
  Não é como se eu fosse segurar tudo e explodir, não.
  Meu tempo está se passando devagar.
  Talvez ela não saiba, entretanto também estou me reconstruindo.
  Leva tempo até o cimento correto ser produzido para assentar os firmes tijolos que vão terminar minha forma.

  O mundo não é ideal.
  Eu perco tempo demais idealizando um mundo que nunca será real, enquanto eu poderia estar mudando esta realidade, a minha realidade.
  Uma vez eu disse a ela que existem incontáveis realidades, e de fato existem. A diferença entre uma "utopia" e uma "outra realidade" é que as "utopias" são fantasias que acendem em nós esperança, e as "outras realidades" são a concretização da esperança - ou seja, a primeira pertence ao plano dos sonhos, a segunda pertence às nossas decisões.
  As lições que aprendi a partir destas reflexões foram que: devemos sonhar sim, ter grandes sonhos; idealizar a vida, mas sabendo que ela não é ideal, mantendo nossos pés no chão.
  A questão é, já pararam para perceber o quão frágil e única a vida é?
  Tenho que me lembrar a todo momento de que não há tempo suficiente para sofrer.
  E isso não é desejar ter mais tempo, porque, quanto mais tempo temos e desejamos, menos tempo temos, pois procuraríamos mais coisas, por vezes fúteis, para preencher esses espaços de tempo, e nunca há tempo o suficiente para nada.
  Nós fazemos nosso próprio tempo.
  A organização é uma aliada, e não deve ser uma organização de forma a nos frustrar, não. Esta organização deve ser feita de forma prazerosa e com o objetivo de obter o máximo de aproveitamento possível, não havendo espaço para um "não fiz nada", ou um "não estou fazendo nada".


. . .


  O mundo não é ideal e ainda não estou fazendo um bom uso de meu tempo, bem como a organização de meus sonhos e minha vida, todavia, estas são coisas que estão ao meu alcance, e eu posso controlá-las. A única coisa que não posso controlar é a vida dela, nem a de ninguém. E nem quero.
  Ela tem os sonhos dela.
  Ela tem a vida dela.

"Patience is your virtue saint O'mine"

  Queria que vocês entendessem que temos que ser pacientes. Neste caso, não é tolice.
  A pressa deteriora certas jóias feitas à mão.
  Eu quero ser paciente.
  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog